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A "amnésia infantil" é apenas mais um dos assuntos estudados pela neurociência.
A combinação entre dois fatores
Recordamos fatos mais facilmente a partir de uma certa idade, e quanto mais recente, melhor para armazenar memórias e relembrá-las. Lembranças de quando eramos bebês desaparecem, e a neurociência se mostra determinada a descobrir o porquê deste fenômeno ocorrer.
Não apenas seres humanos, como também sabe-se que camundongos e macacos também se esquecem de seus primeiros momentos de vida.
Os neurocientistas Frankland e Josselyn afirmam que o rápido aparecimento de muitos neurônios novos em um cérebro jovem bloquearia o acesso a memórias antigas, pois como se sabe nosso cérebro contém uma área especial responsável para guardar lembranças. O hipocampo é uma dessas regiões, registrando eventos autobiográficos do ser.
Fizeram um experimento com camundongos jovens e adultos, submetendo-os a um certo número de neurônios em seus hipocampos, e o resultado observado foi:
"Os jovens com crescimento de neurônios mais lento tinham melhor memória de longo prazo, porém os mais velhos (com índice maior de formação de neurônios) sofriam perda de memória." Ou seja, o rápido crescimento de neurônios interfere no circuito cerebral que armazena as memórias antigas de quando se é bebê.
Outra região do cérebro, desta vez que codifica memórias, é o córtex pré-frontal, e as crianças possuem essa área menos desenvolvida que a de um adulto. Portanto, essa "amnésia infantil" não precisa ser originada de apenas um fator ou outro, mas da junção deles.
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Fonte: Scientific American Brasil - nº 148
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